quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Numa viagem aos interesses da sala

A forma como os interesses surgem numa sala de creche deriva de diferentes fontes de conhecimento que o meio nos trás. Seja a partir de uma partilha de casa, de uma visita de outras crianças à sala ou até da riqueza do ambiente do dia a dia, diversas são as situações em que a curiosidade se aguça, ou até vários momentos se alinham para a reforçar. 
Foi o que aconteceu quando a M. M. partilhou com a sala um livro com imagens reais de vários animais. A partir de uma leitura em pequeno grupo, logo dois braços pequenos puxaram uma caixa de figuras de animais e desta riqueza as primeiras associações. Entre sons e características físicas, vários foram os diálogos em redor deste interesse da sala.
Noutro momento, e ao ouvirmos a comunicação do projeto da Sala da Mónica sobre as galinhas, surgiram interessantes diálogos sobre este animal da quinta, os seus ovos e até canções a seu respeito. Com a ajuda deste grupo de crianças de 5 anos, criámos na sala um registo com imagens reais de vários animais da quinta que está  ser enriquecido gradualmente.
Porque não depois contar com a riqueza do meio escolar que nos rodeia? Foi o que aconteceu quando o coelho Alberto da nossa escola nos visitou para um contacto direto com um dos animais mais queridos nas nossas leituras.


Decerto estas experiências irão continuar, nesta fascinante viagem por tornar as trocas em sala tão especiais e significativas - ampliando o stock de conhecimento de crianças pequenas.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

"Um bolo? Não, o primeiro bolo!"

Aquando encontrada a estabilidade emocional do grupo, é hora de por as mãos na massa. Neste sentido verdadeiramente literal, e a partir de alguns diálogos com a família, realizámos a nossa primeira atividade de culinária. Nestes momentos, já em agenda semanal, consideramos essencial ter em conta as crenças e hábitos alimentares para levar a cabo o nosso primeiro momento de cultura alimentar.
Assim, após a propostas das famílias de visitarmos alguns blogs, livros e conversas de corredor, chegamos à nossa primeira sessão de culinária. Em redor da mesa, entre cheiros, sabores e muita vontade de mexer, conseguimos viver um verdadeiro momento de diálogo e, acima de tudo, prazer.

Este momento culminou com uma partilha do bolo ao lanche com a Sala da Marta Reis como valorização e partilha de um momento que para nós foi tão importante. E que bem que nos soube este momento!

Caminhar de mãos dadas

O processo de adaptação de crianças pequenas na entrada na creche é um período sensível e de grande importância na vida de todos. Ao estendermos a mão à entrada da criança na sala, damos também as mãos à família que é confidente e parceira neste processo. Confidências como "Ela abana as pernas quando está contente" ou "Os seus alimentos preferidos são frutas!" ajudam o adulto que acolhe a melhor conhecer a criança e recebê-la no seu colo.
É com passos pequenos e suaves que os adultos respeitam a criança, garantindo-lhe o tempo que precisa para se apropriar desta nova realidade ao mesmo tempo que iniciam uma relação com a  criança que a irá acompanhar ao longo desta amizade.
Em simultâneo, e a par do egocentrismo característico desta fase do desenvolvimento,  a referida estabilidade emocional vai permitir à criança que encontre neste espaço um novo olhar que lhe permite criar as primeiras relações com os pares mais próximos.
Dois meses depois, encaramos este processo de adaptação como um crescimento de grupo, como um verdadeiro processo de formação de vínculos que decerto nos acompanharão por muitas e novas conquistas.