terça-feira, 26 de março de 2019

Do museu à sala

Os primeiros passos rumo ao exterior transportam consigo as primeiras imagens construídas. Desta vez fomos ao Museu Colecção Berardo participar numa visita jogo em que o mote foi uma lagartinha muito comilona que se deslocava pelo museu, "trincando" pedacinhos de obras de arte.
Pelos corredores das obras Pop Art, conversámos e brincámos em redor de obras de artistas como Andy Wahrol. 
Já em sala, conversámos sobre esta visita, bem como na biblioteca da escola, procurámos livros de arte onde pudéssemos enriquecer as nossas vivênciais.
Ao folhearmos alguns livros, e através da forma evidente como o movimento Pop Art se pronuncia e, de forma real, representa elementos do dia-a-dia, começaram a soar algumas palavras em redor de obras como:
"Olha a sopa" e "o copo", afirmações em redor da obra Campbell's Soup Cans
"As flores!", referindo-se a obra Ten-Foot Flowers de Andy Warhol
"O popó", "o carro", reconhecido na obra Landscape de Tom Wesselmann

Estes comentários privilegiados, traduziram-se numa manifestação sobre obra Ten-Foot Flowers de Andy Warhol, que nos levou a uma reprodução em continuidade com a Sala da Marta.
Já outra importante componente desta visita ao museu, foi a sensibilização para a questão da cor e do resultado da junção de algumas cores, aspeto este valorizado em escola com as partilhas com a Sala da Marta, que nos convidou a realizar uma experiência de junção de cores.
A partir de processos simples, se revela a forma como é possível sensibilizar as crianças para as expressões artísticas, bem como ampliar o contacto com a arte em sala. De forma contextualizada, e abordando um movimento de arte que espelha o real, ampliámos repertórios e construímos cultura!


"É o contacto real, através da viagem aos locais onde se guardam as memórias culturais dos povos, que a criança constrói a sua identidade cultural, reconhece o seu passado histórico.  A cultura e acesso que temos a ela deverão ser uma prioridade na infância... pois queremos ser, efectivamente cidadãos de pleno direito."

Manuela Guedes em Lugar de Partilha

segunda-feira, 25 de março de 2019

GinastiPAI

Olhar atentamente aos interesses de crianças e famílias, leva-nos a acuidar as nossas ações. Perceber as suas dinâmicas, bem como a forma como se interessam pelo dia a dia da escola, transforma-se numa interessante forma de construir aprendizagens e vivências.
Este foi o mote para o nosso dia do pai. Mais do que um dia festivo, este foi um dia de convidar um elemento da família a estar presente num momento da nossa rotina que tanto interesse desperta. 
Notando a forma entusiasmada como as famílias se despedem das crianças de manhã ao entregá-las num ginásio onde toma lugar uma aula de expressão motora, surgiu um convite aos pais para participar neste momento com os seus filhos. 
Este foi um momento de interessantes interaçoes  entre crianças e destas com os adultos, a par das descobertas de capacidades desconhecidas de pais e filhos. Nesta atividade contámos com o apoio do professor de ginástica, que desafiou as famílias a conhecer e participar nas nossas tarefas preferidas de ginástica.
E porque nos pequenos gestos surgem as memórias mais significativas, decidimos presentear os pais com um pequeno registo fotográfico de momentos de expressão motora. Assim, mais do que uma festividade comemorámos sentimentos, emoções e construímos memórias.

A baleia e a tartaruga levaram-nos ao primeiro projeto

As famílias enquanto reais parceiras apoiam profissionais na descoberta de interesses. Foi assim que na nossa sala surgiu uma interessante pesquisa em redor dos animais grande e pequenos. Deste modo, vários foram os exemplos trazidos até à sala sob várias formas: fotografias, livros, animais de borracha e até peluches. Assim, comunicação a comunicação, chegámos à descoberta de dois animais que muitas curiosidades despertaram: a tartaruga de couro e a baleia azul.
Após a R.L. comunicar ao grupo esta partilha de dois animais em miniatura, bem como das imagens reais dos mesmos, rumámos a mais descobertas nos livros, bem como recolhemos junto das outras salas animais semelhantes ou com alguma relação com os primeiros!

 Logo percebemos algumas semelhanças "É a ah!" (afirma a R.L. ao olhar para um ambiente aquático referindo-se à água) e "os peixinhos vivem na água!"(M.S.) foram duas afirmações sob a forma de primeiras palavras que suportaram estas descobertas.
Já com a ajuda da Sala da Xana, conhecemos melhor as tartarugas com a visita do Tico e Teco à nossa sala. Este momento de partilha fez-nos demonstrar sentimentos (receio, medo ou até o à-vontade com este animal), bem como descobrir características pela observação da dureza da carapaça e até das suas patas que servem para nadar.
Ao longo deste percurso, as histórias trazidas para a sala, foram também motor de descobertas e refletiram o envolvimento das crianças, tal como as partilhas dos irmão e outros elementos das restantes salas. 
A par desta descoberta que a baleia azul e a tartaruga de couro vivem na água, algumas crianças foram revelando interesses sensoriais em contactar com a água, em várias observações que os adultos fazem do dia a dia (o prazer em lavar as mãos, verter copos de água, etc.). Assim, com a ajuda da estagiária Patrícia, explorámos os animais de plástico numa caixa com água, conchas e areia. 
Neste momento foi essencial notar a forma como as crianças se envolveram de forma tão diferenciada na exploração. Enquanto umas privilegiaram o encher e esvaziar das conchas outras preferiram apenas observar, enquanto outras foram revelando reconhecer os animais anteriormente manipulados em outros contextos.
Todo este processo culminou na divulgação deste que foi, afinal de contas, o nosso primeiro projeto. As crianças, para além de ativas ao longo das descobertas que foram sido feitas, revelaram diferentes níveis de participação e foram integradas também nos processos de promoção de circuitos de comunicação pela escola.
Sobe a forma de uma partilha das vivências deste processo, bem como com as primeiras descobertas concretizadas, esta divulgação fez-se acompanhar de um momento de projeção do ambiente marinho, enquanto contacto com o meio aquático, num ambiente de proximidade com as outras salas.
 É aqui que o papel do educador se torna tão especial. Potenciar crescimentos e descobertas, partindo dos seus interesses e curiosidades, ajuda-nos a construir um ambiente de verdadeiras parcerias com crianças pequenas que se sentem cada vez mais integradas em processos. Desde o folhear de um livro, à  exposição de produtos culturais nas paredes, passando pela preparação de uma caixa com conchas, múltiplas são as situações em que podemos integrar crianças pequenas na construção do conhecimento.