sexta-feira, 26 de outubro de 2018

O diário no nosso dia a dia

No dia a dia de creche o diário ocupa um lugar privilegiado enquanto instrumento de registo do quotidiano das crianças. Englobando duas colunas, este instrumento de pilotagem, potencia uma das questões mais fulcrais no dia a dia em creche - o trabalho cooperado entre os diferentes intervenientes na vida da criança (famílias, equipa educativa e comunidade).  Neste sentido,
Mais do que realizar determinadas práticas, importa assumir a atitude de estar junto e ao lado das famílias, bem como dos colegas de trabalho, para levarmos a cabo esta tarefa tão estimulante, quão complexa, da educação das crianças nas primeiras idades. Assumimos assim a potencialidade conflitual da confluência de diversas perspectivas e saberes, bem como, de diversas preocupações, de forma a evoluir no sentido de um espaço de compreensão recíproca de diálogo e de escuta.
Folque, Bettencourt, Ricardo, 2015

A primeira coluna do diário destina-se ao registo das realizações consideradas mais significativas e é encabeçada pela palavra “Fizemos”. A segunda coluna destina-se ao registo de sugestões, aspirações e atividades a realizar e intitula-se “Queremos fazer”. A partir deste veículo de comunicação, várias foram já as propostas que surgiram, algumas das quais aqui ilustro.

A S.F, tendo passado alguns dias de férias em Viana do Castelo, partilhou com o grupo ouriços e respectivas castanhas que lá encontrou. Com muito cuidado, exploramos, abrimos e acima de tudo a S.F. teve oportunidade de partilhar uma descoberta com a família.
Já o V.D., partilhou com o grupo um livro sensorial, recheado de insectos e animais que fizeram as delícias do grupo. Respeitando o importância destas questões sensoriais, decidimos construir um livro para a sala, com a ajuda de todos e que será em breve exposto e comunicado às restantes salas.
A I.C. pedindo colo diversas vezes para conseguir espreitar para o recreio dos crescidos, despertou um interesse e necessidade de partilhar uma manhã de brincadeira com estes pares mais crescidos. Foi uma manhã de interacções deliciosas e que nos deixou muito mais ricos a todos!

Estes são exemplos práticos de como se operacionaliza de forma tão partilhada e vivida, a gestão cooperada de um currículo em creche.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Partilhas especiais com gestos especiais

As partilhas têm sido momentos fundamentais de encontro, conhecimento e construção comparticipada de conceitos. O facto de toda a escola reunir-se no mesmo espaço possibilita encontros espontâneos, recorrentes e tão especiais!



Para nós, estes momentos são oportunidades de relação, crescimento e aprendizagens tão especiais para crianças pequenas construírem o conceito de cultura humana.


Ao criar a cultura humana — os objetos, os instrumentos, a ciência, os valores, os hábitos e costumes, a lógica, as linguagens —, criamos nossa humanidade, ou seja, o conjunto das características e das qualidades humanas expressas pelas habilidades, capacidades e aptidões que foram se formando ao longo da história por meio da própria atividade humana 

Mello, S. (2007). Infância e humanização: algumas considerações na perspectiva histórico-cultural




Em primeiro, fomos convidados a participar numa atividade de massa maizena na sala da Xana, num momento de exploração sensorial cheia de cores e em companhias que estenderam as nossas descobertas.
Continuámos estas brincadeiras com a Mónica e o Berçário em redor da exploração de massa de moldar de farinha, em parceria com as crianças que nos são tão próximas do berçário.

A Sala da Mónica potenciou ainda a amplitude vocabular com o conto e partilha da história "As aventuras", que estes amigos construíram com materiais e linguagem tão adequada à faixa etária.
Já a Sala da Mariana potenciou uma atividade de exploração de folhas secas que apanharam no parque. A exploração foi deliciosa e colorida tal como as relações estabelecidas.
Que momentos tão especiais temos nós vivido!